domingo, 7 de agosto de 2022

Carteira Diversificada é um Inimigo da Independência Financeira? - "Discussão de Bar" sobre o Assunto

 

 

Boa tarde colegas da Finansfera!

 

Esse post é quase uma filosofia de mesa de bar...eu falando pra mim mesmo no espelho. Repassando para o blog discussões internas que tenho sobre como alcançar a independência financeira e qual o melhor caminho considerando minhas características, medos e objetivos... espero que sirva para muitos de vocês também...

Recentemente estava pensando sobre o objetivo de alcançar a independência financeira e como isso seria possível considerando o mantra de diversificação que temos no mercado (e que também sigo) e resolvi escrever esse post para dividir meus pensamentos e também ouvir o pensamento de vocês sobre o tema.

De forma geral, na minha opinião, alcançamos a independência financeira (IF) quando nosso patrimônio é suficiente para gerar rendimentos superiores aos nossos gastos, já descontando a inflação. Alguns usam como métrica os custos atuais, sendo que outros já consideram custos futuros nessa análise (eu sigo a segunda métrica). Outra diferença teórica está ligada ao conceito de IF estar ligada a capacidade do patrimônio em gerar renda superior ao seu custo de vida ou seu patrimônio realmente gerar essa renda. Esses conceitos são levemente distintos, uma vez que podemos ter um patrimônio que na teoria poderia gerar rendimentos superiores aos gastos, porém está alocado em ativos que não são geradores de renda e exigiriam uma gestão ativa de vendas para alcançar o objetivo. Na visão de vocês a pessoa que tem esse patrimônio teria alcançado a IF?

O ponto principal da minha análise está ligado a dúvida se é possível para um aspirante típico FIRE atingir a independência financeira sem abrir mão da diversificação da carteira, pelo menos em ativos não geradores de renda. 

 

O caminho para a IF é longo e desafiador...

 

 Temos muitos bons ativos no mercado que não são geradores de renda, como ativos internacionais (ETFs neutros ou ações internacionais que são pagadoras de dividendos, mas que os valores pagos são diretamente afetados pelo alto imposto pago para estrangeiros), ações BR de crescimento e ativos de renda fixa (RF) com saque futuro (CDBs, LCIs, etc). Uma pessoa que tem um patrimônio elevado nesses ativos na teoria poderia atingir a IF, mas na prática isso pode ser mais complexo, uma vez que para tal teria que fazer vendas constantes do patrimônio ou parte do patrimônio encontra-se travado por um período considerável. Concordo que na prática receber um rendimento é o mesmo que vender um pedacinho do ativo, mas psicologicamente são coisas muito diferentes. Eu pessoalmente acredito que teria no futuro muita dificuldade de viver vendendo meus ativos por etapas, apesar de enxergar a lógica disso. Não sei por quê, mas acredito que teria muita dúvida sobre que ativo vender e me sentiria mal em vender algo na baixa. Dessa forma tenho pensado cada vez mais em focar minha carteira nos próximos anos na geração de renda. São aprendizados que vem com o tempo...não tem jeito...

Daí veio o pensamento coração dessa discussão: Para ter uma carteira diversificada e protegida do câmbio e mesmo assim gerar rendimentos superiores aos gastos previstos seria necessário ter um patrimônio bem maior que o esperado, uma vez que parte do patrimônio estará "travado" garantindo a proteção cambial (ETFs internacionais) e também a estabilidade da carteira (RF). Assim, teria uma alta alocação "travada" e com isso teria que aumentar mais ainda o patrimônio. Isso significa aumentar o período de acúmulo, o que significa vender meu tempo por mais alguns anos do que o necessário...

Uma opção para atingir a IF mais rápido e com um valor menor seria abrir mão dessas proteções e aumentar um pouco o risco da carteira. Por exemplo, considerando que você vive no Brasil, poderia abrir mão dos ativos internacionais e focar todas as fixas nos ativos BR. Outro ponto seria abrir mão de ativos de crescimento e focar nos que geram rendimentos (reaplicando parte dos ativos para garantir correção da inflação). Exemplo...uma carteira focada em 50% de FIIs, 25% de ações de dividendos e 25% de RF geradora de renda (pagamentos dos juros recorrentes) chegará à independência financeira muito mais rápido que uma carteira com 25% em ETFs neutros + 25% em ações de crescimento+ 50% em ativos geradores de renda (seguindo a filosofia de não vender ativos)...

Acredito que seja necessário para todo investidor parar um pouco e pensar melhor em si mesmo. Saber que tipo de investidor você é, qual sua aversão ao risco e como pretende realmente alcançar a IF. Temos que conseguir nos distanciar um pouco do que dizem pra nós que é o melhor e montar nossa própria estratégia de investimento. A minha estratégia honestamente foi criada com base em diversos estudos técnicos que fiz com o tempo, mas muito ligada a teoria e menos em uma avaliação psicológica de mim mesmo. Hoje enxergo isso como um erro que cometi. Se eu pudesse voltar e dar um conselho pra mim mesmo (desconsiderando passar os números da Mega Sena...rsrs) seria estudar um pouco menos a teoria de investimentos  e concentrar um pouco mais no meu psicológico e como minha carteira deve espelhar a mim mesmo e não o mercado.  Por diversas vezes ouvi os conselhos: "O teste do travesseiro é o melhor teste para saber sua alocação de risco" ou "não invista no que não entende/está confortável", mas confesso que não internalizei esses conceitos. Com o tempo estou absorvendo e percebendo que ignorei muitos dos meus sentimentos com investimentos em razão do racional e distribuições teóricas ótimas de carteira.


 Ter Tranquilidade em Investir é mais Importante que Parece...

Não sou doido de fazer alterações de estratégia de uma vez e menos ainda de fazê-lo em um mal momento do mercado, mas para os novos aportes pretendo ir corrigindo esse erro e acelerar a geração de renda. Aconselho que vocês também façam esse exercício de auto conhecimento e objetivos junto ao espelho, independente do que vídeos de Youtube te dizem ou grandes investidores defendem. A melhor estratégia é aquela que te deixa tranquilo. Ponto final. Internalize isso...é mais importante do que parece.

Outro ponto que hoje vejo como muito importante e que por muito tempo ignorei é o efeito negativo de estudar demais sobre o assunto investimentos e como isso piora nossos resultados. Sempre pensei que o quanto mais estudasse, melhor seriam minhas habilidades de investidor e consequentemente minha carteira. Hoje já penso diferente...O aprendizado em investimentos não é linear, mas sim cresce bastante no início com o aprendizado mas depois de alcançar algum nível de conhecimento, quanto mais se estuda mais opções possíveis lhe são apresentadas e com isso há a geração de dúvida, ansiedade e uma tendência de pulverização. Essa overdose de informações e pontos de vista diferentes nos confundem e nos fazem cometer erros. Erros ligados a excesso de confiança, ansiedade e outros sentimentos perigosos para nós investidores surgem. Hoje já penso que é importante estudar e manter controle da sua carteira, mas com um limite. Atualmente foco em apenas um dia da minha semana meus estudos sobre investimentos...nos demais apenas conversas rasas sobre o assunto. Investir então, apenas 1 dia do mês. No dia anterior ao dia dos investimentos faço uma avaliação da carteira e decido os ativos aonde irei investir. E é isso. Percebi que ler todos os dias sobre investimentos  me fazia mais mal que bem (e o pior é que gosto disso...é difícil pra mim não acompanhar e estudar o assunto o máximo possível). Estudar muito me deixava com vontade de operar e também me fazia questionar o tempo todo a minha estratégia atual. Outro aprendizado foi não ler diariamente sobre o fechamento do mercado de ações. Não importam as notícias...a maioria delas estão aí apenas para vender ansiedade...ignoram que RV varia e é normal...é perda de tempo acompanhar o mercado de RV constantemente. Avalie apenas os indicadores das empresas em que investe e também não faça isso constantemente (sugestão: a cada 6 meses ou 1 ano). Não importa a cotação da ação (se subiu ou caiu), o que importa é se a mesma está gerando lucro e está sadia. Ponto final. O nosso mercado é muito volátil e não é muito lógico. As cotações na maior parte das vezes não transparecem a realidade das empresas.

Estudar muito é tão ruim quanto estudar pouco...

 

Bom, acho que já levantei pontos  demais pra um post...e vocês, o que pensam dos meus devaneios? Concordam? Discordam? Querem acrescentar algo?


Grande abraço!


VVI

 

 


20 comentários:

  1. Boas considerações VVI.

    Eu estou iniciando meus investimentos e já consegui definir estratégias que buscam diversificação e segurança. No momento invisto em renda fixa (CDB 110% CDI) e em um grupo de cinco FoFs de FIIs (que representam 100 FIIs diferentes).

    O importante mesmo é conseguir gastar menos do que ganha e investir de forma que consiga dormir tranquilo buscando estar preparado para as incertezas da vida.

    Abraço.

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    1. Boa tarde Fernando! Exatamente! Esses são os principais conceitos necessários ao incio do caminho Fire. O resto vem naturalmente com o tempo. O teste do travesseiro é importantíssimo e deve ser feito de tempos em tempos...tarde Grande abraço!

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  2. Tenho passado pelos mesmos questionamentos que você. Na teoria é fácil dizer para não vender as coisas no fundo, na prática está sendo difícil ver os aportes sumindo por 2 anos e a carteira estagnada.
    Daí minha opinião que a parte teórica de finanças pessoais é simples, qualquer um entende, mas a parte emocional é complicadíssima, somos atrelados emocionalmente ao dinheiro e perder dinheiro é um grande sofrimento. Investir de forma eficiente demanda disciplina e vontade férrea, daí o porquê poucos vão conseguir. Retirar o máximo possível a emoção dos investimentos é crucial, e só conseguimos isso investindo apenas no que confiamos e não ultrapassando a quantidade de RV que nos permite dormir bem à noite.

    Quanto a questão de ativos de crescimento ou ativos de rendimento para a IF, pretendo seguir o caminho do meio, parte da carteira pagando uma renda, parte tendo que ser vendida para ser usufruída. Tenho fé que FII funcionam muito bem na fase de viver de renda, só não funciona como as pessoas pensam, ou seja, que é possível gastar integralmente a renda recebida dos FII, e sim é necessário reinvestir parte dos proventos para fazer frente à inflação.

    Outra coisa contra intuitiva é que quando eu estiver vivendo de renda, a reserva de emergência se transformará em um colchão de amortecimento e deverá ser MAIOR do que é hoje (penso em uns 3 anos de despesas), e esse colchão terá o objetivo de evitar vender os ativos de RV em crises.
    Abraços.

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  3. Boa noite MI! Viver muito tempo em tempo de crise nos faz pensar nessas coisas mesmo. O complicado é que você pode fazer tudo certo e mesmo assim dar errado. Existem períodos em que a economia patina e podem ser periodos longos. Outro problema é que quanto mais protegemos a carteira, menor é a tendência de retorno. Temos que avaliar muito bem o ponto ótimo entre risco-retorno pois não é difícil acabar com as chances de crescimento da carteira tentando protegê-la dos diversos cenários econômicos possíveis. Tenho pensado que alguns riscos devem ser corridos... Ainda estou pensando mais fundo sobre isso... Grande abraço!

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  4. Olá VVI, boa tarde

    Seus questionamentos internos são interessantes e exibem as dúvidas e frios na barriga que todos passamos. Esse com certeza seria um bom tema para o buteco FIRE.

    Agora deixa eu dar os meus pitacos.
    Pitaco 1 - Desde que ativos distintos possuam a mesma rentabilidade liquida (descontado impostos, taxas e outros penduricalhos) considero como similar do ponto de vista de alocação ter um ativo que valorize (ETF, BDR e similares) de outros que gerem rendimentos (RV, FIIs, RF). Mesmo que tenha de vender.
    Pitaco 2 - Concordo com você em ter metas de macroalocação (ter definido o percentual alocado em cada classe de ativo e seguir o plano), no entanto possuo uma visão distinta em "Estudar demais". Não considero um problema em sí. Acredito na importância de conhecer outras opções, mesmo que não façamos aportes. Acredito que controlar a ansiedade seja uma das chaves do sucesso.
    Pitaco 3 - Algo que tento internalizar para conseguir "Deitar a cabeça no travesseiro" é ter patrimônios extras não geradores de renda. Exemplo: casa, loja comercial, FGTS, dentre outros. Pois proporcionam um grau a mais de confiabilidade se tudo der errado.

    Um forte abraço,

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    1. Boa tarde VAR! Pitaco 1 - Concordo que no fim tanto ativos de crescimento quanto rendimentos são similares, mas gosto do fato dos ativos de rendimentos dividirem parte do lucro permitindo que a gente use esses rendimentos para rebalancear a carteira. Pitaco2 - Acredito que depende muito da pessoa. Em investimentos as vezes "menos é mais". Estudar demais gera ansiedade e ansiedade facilita cometer erros. Lógico que estudar pouco também é um problema. Ao meu ver tem um ponto ótimo de estudo (só não sei qual é esse ponto). Pitaco3- É uma estratégia válida mesmo ter bens físicos para dar uma maior tranquilidade. Grande abraço!

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  5. Só li verdades! Com o tempo a gente amadurece as ideias, mas a ansiedade e a indecisão nos primeiros anos é constante, eu vivo indeciso, sempre com vontade de vender tudo e ficar com um ETF de índice passivo nessa fase de acumulação, pra ver se fico mais tranquilo, mas não tenho coragem de mudar a estratégia kkkk é difícil até mesmo escolher onde aportar quando se tem muitas opções.

    Ontem eu estava buscando onde fazer meu próximo aporte de FIIs, normalmente eu sigo a minha planilha de balanceamento, mas tem momentos que acho que essa estratégia não é tão boa, porque os FIIs que estão ruins só caindo a muitos anos acabam recebendo mais aportes, eu deveria eliminar ele da carteira, mas ao mesmo tempo tenho esperança que ele recupere um dia (BRCR)... a ansiedade vem nessa hora, por fim aportei em outro que está com resultado melhor mas a cotação ainda não subiu... enfim, somos humanos, pra investir o ideal era ser um robô sem emoção.

    É tanto detalhe em cada tipo de ativo que mesmo estudando muito tem coisa que só se aprende na prática, volta e meia descubro algo novo que não tinha percebido, como o caso do spread do tesouro direto que postei este mês, e o caso de resultado negativo no tesouro SELIC alguns anos atrás.

    Abs

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    1. Boa noite Bilionário! Pois é, faz parte do caminho se questionar de tempos em tempos não é? Mas é foda...rsrs. Eu tb tenho que me controlar algumas vezes pra não mudar de estratégia, mas aí o racional assume e me seguro. Um ponto importante é que sempre que algo parece interessante é por que já foi interessante e agora quando essa informação chega pra gente os ativos já não estão mais tão bons assim, enquanto o ativo que saímos possivelmente estará na baixa. Assim se não controlarmos a ansiedade a gente sempre vai comprar na alta e sair na baixa...esse é o caminho da riqueza, mas riqueza dos outros e pobreza nossa...kkk. BRCR foi meu primeiro FII comprado há uns 8 anos atrás. Na época ele já estava descontado e comprei na ganância querendo pegar a recuperação. Desde lá ele continua ferrado. Ainda bem que depois de algum tempo resolvi vender ele e sair dos FIIs por um tempo (só voltei tem uns 2 anos). Realmente analisar um ativo de RV é complexo e cansativo e temos vários aprendizados com o tempo... incrível como sempre tem algo que não conhecíamos sobre um tema mesmo depois de anos acompanhando. Grande abraço!

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  6. O psicológico é realmente um fator super importante na gestão de uma carteira. Alguns controlam a ânsia de vender, outros de comprar (tô mais pra esse lado) e por aí vai...

    Meu próximo post deve falar sobre decisões recentes que tomei em relação à CZB. Uma mudança de estratégia gradual focada principalmente em diminuir a pulverização (diversificar é bom, pulverizar nem tanto) da mesma. Além disso pretendo aumentar a alocação em FIIs por muito dos motivos que você citou.

    Enfim, mais um ótimo post!
    Abração!

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  7. Bom dia VVI,
    Me identifiquei muito com o texto. É exatamente assim que estou me sentindo. Tem um ponto que faz mais mal do que bem ficar absorvendo tanta informação. Isso consome muito meu tempo, logicamente por que gosto do assunto, mas poderia focar esse tempo para tentar ganhar mais no meu trabalho, por exemplo.
    Ainda preciso trabalhar isso, estou tentando diminuir aos poucos, primeiro passo pra mim é tentar conseguir não olhar a minha carteira de investimentos no final do dia. kkkk

    Grande abraço.

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    1. Boa tarde CP! O caminho FIRE é uma maratona e não uma corrida de 100m rasos. Imagina se na maratona o corretor ficar a cada 100m verificando qual a distância que ainda falta? Se ficarmos olhando sempre nossa carteira e o mercado isso vai gerar ansiedade e com isso mais chance de fazermos besteira. Temos que olhar o mínimo possível e tentar focar nosso tempo em aproveitar o caminho. Pela minha experiência, investir bem é diferente de investir de forma complexa. Assim, muitas vezes "menos é mais". Grande abraço!

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  8. Essa questão Renda × Crescimento é algo que divide mesmo a comunidade das finanças. Eu mesmo fico na dúvida em diversos momentos sobre o que é mais importante (vide meu último post, em que eu falo da tentação de passar a investir só em FII para acelerar o crescimento da renda passiva). Acho que isso pode ser meio que uma armadilha. A tentação de só aportar em FIIs por um tempo é grande, mas é necessário resistir, até porque na real só tendo um patrimônio bem grande é que se começa a receber uma renda passiva realmente considerável, e neste ponto eu acho que a pessoa que possui tal patrimônio não aceitaria viver com a renda passiva gerada, pois para ela seria uma renda pequena demais, aquém de seu padrão de vida. Se formos para um extremo de aportar em um só FII, para simplificar os cálculos, seria necessário ter aportado algo em torno dos 164K reais em HGLG para receber 1 salário mínimo por mês de aluguel, considerando a cotação atual e o valor do aluguel que tem sido distribuído por cota. Para receber 10K por mês (um santo graal da finansfera), seria necessário 1,6 milhão aportado no HGLG.
    Se o investidor diversifica, então ele tem muito mais de 1,6 milhão , pois não estaria aportando só no HGLG, então 10K por mês provavelmente é pouco dinheiro para um cara assim. Se ele não diversifica, e o 1,6 milhão representa todo o dinheiro dele, será que ele aguenta ter tanto dinheiro em um só ativo de renda variável?
    Embora eu ache meio exagerada a forma como o Bastter trata os dividendos (com certo desprezo), eu entendo o ponto dele: não devemos escolher ativos pelo DY, pois esta busca por altos DY geralmente resulta em, ironicamente, menos renda passiva no futuro, tendo em vista que altos índices de dividendos ou aluguéis geralmente escondem riscos mais altos inerentes aos ativos em questão (vide o caso emblemático da Eletropaulo...)
    Acho que diversificando bastante aumentamos as chances de aportar em empresas tenbaggers e até hundredbaggers, além de ter sempre alguma pagando dividendo.

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    1. Bom dia Mago! A diversificação é uma dádiva para a proteção da carteira mas também pode ser uma âncora para sua rentabilidade. Tem que ser bem feita e pensada para que sua carteira não ande de lado na maioria dos cenários. Usando o seu exemplo como base, R$1,6MM não seria suficiente para gerar R$10k/mês em uma carteira diversificada em diversos tipos de ativos ...Terão os ETFs internacionais e ações BR que não pagam rendimentos, renda fixa com vencimento elevado, etc...As vezes uma carteira diversificada dentro de poucas classes de ativos pode gerar maior renda (apesar de trazer sim um aumento de lucros) e gerar mais rápido o valor que precisa para declarar o FIRE. O risco de diversificar demais é precisar de 2-3X mais para se alcançar o FIRE. Sobre o Bastter concordo que olhar DY apenas é bobagem, mas também ser extremista dizendo que não se consegue viver de renda pq somos burros e iremos gastar mais que podemos é generalizar demais.Por mais que o público dele seja na maioria pessoas no início do caminho de investidores, ele deveria sempre deixar claro que essas "frases de efeito" não são pra todos. Existem sim pessoas que conseguem viver de renda. E não são super ricas ou vivem na pobreza...
      Grande abraço!

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  9. VVI
    Sempre que vou aportar fico pensando em qual dos ativos será a bola da vez. Os conservadores ou os mais arriscados. Isso é questão de perfil mesmo. Acredito que da para atingir a IF sendo um pouco conservador sim, talvez demande de mais tempo.
    Devemos tomar cuidado com a busca incessante de rentabilidades altas, uma vez que junto a ela vem o risco, e que na média poucos conseguem bater os índices.

    Abraço!

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    1. Com certeza Caminhando e Poupando! Todos temos que ter em mente que dependendo do cenário econômico o melhor plano do mundo pode dar errado. Investir de forma inteligente não garante o sucesso, apenas aumenta a probabilidade. Temos histórico de décadas de prejuízo na RV e isso não é controlável por nós, assim temos que nos preparar pra tudo. Grande abraço!

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  10. Fala VVI! Estou conhecendo seu blog agora e achei interessante que você tem quase os mesmos devaneios que eu rs. Se quiser dar uma olhada só ir no meu blog.

    Por fim, queria dizer que eu realmente tenho um sonho de ter a independência financeira, mas realmente não estou conseguindo ver como alcançar isso através do mercado de ações, isso porque qualquer grana que coloco eu coloco la já me deixa ansioso.

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    1. Boa tarde Peão Playboy! Vou dar uma olhada sim! O problema do mercado de ações é que o resultado dele é alcançado passando 80% do tempo perdendo dinheiro e baixando o custo médio das ações e em 20% do tempo surfando no crescimento elevado do mercado...Para ter resultados o horizonte tem que ser de décadas e não anos...isso que ferra pois pode-se passar 10 anos só perdendo dinheiro e não vendo resultados.... Eu constantemente me questiono se ações BR são realmente um bom negócio no longo prazo, mas ainda me mantenho firme aportando mesmo sabendo que estou bem negativo de forma acumulada. Nesse momento é importante a diversificação da carteira pra ajudar a limitar as quedas. Grande abraço!

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    2. Isso! Você falou tudo. Inclusive vi uma tabela do Bastter essa semana sobre isso. Investir em Bolsa para menos de 10 anos é literalmente jogo.

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    3. Pois é Peão...teoricamente no final vale a pena (vários estudos apontam isso), mas teoria é prática são coisas bem diferentes. Além disso essas análises usam como base informações do passado...E o futuro não necessariamente segue o passado...enfim, no final é um "ato de fé" mesmo investir em ações BR no longo prazo...Grande abraço!

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