sexta-feira, 11 de agosto de 2023

O Ciclo do Investidor - Complexidade traz Lucratividade?

 



Boa tarde Finansfera!




Consegui um tempinho pra escrever esse post extra, uma vez que estou de férias do trabalho principal (o cuidar da filha não tem férias...rsrs). A ideia é discutir e ver a visão de vocês, pequeno grupo de pessoas que ainda tem paciência para ler meus posts, de alguns assuntos que permearam minha cabeça nos últimos tempos. Nesse post vou falar de uma charge que vi há um tempo atrás e me fez pensar bastante e de vez em quando volta a minha mente. 

Não consegui encontrá-la para trazer para o post (problema de deixar para salvar depois e não conseguir mais encontrar - nem pelo google lens consegui), mas basicamente mostrava um investidor iniciante, um intermediário e um avançado e apontava que:

  • O investidor iniciante investia em poucas classes de ativos, em especial tesouro direto, fundos de investimentos e CDBs;
  • O investidor moderado investia em todos os produtos possíveis pensando em diversificação, aumento de lucratividade, hedge e proteção de governos;
  • O investidor avançado investia em poucas classes de ativos, em especial tesouro direto, fundos de investimentos e CDBs.
Basicamente o foco da charge era dizer que tendemos a complicar muito as coisas e muitas vezes essa complexidade não vem junto de um aumento de rentabilidade. As vezes perdemos muitas horas e corremos riscos não recebendo nada em troca...só não vemos isso até alcançar um certo nível de maturidade.

Essa charge me fez pensar bastante sobre o caminho FIRE e como algumas horas complicamos demais o que poderia ser simples e, na maior parte das vezes, isso não gera um aumento da rentabilidade das nossas carteiras. 

Ao meu ver quando começamos a investir focamos em poucas classes de ativos e principalmente em renda fixa por termos pouco dinheiro e ainda estarmos com medo de "explorar as opções sem entendê-las". Depois de algum tempo e estudo ficamos mais corajosos e confiantes do nosso conhecimento, expandindo nossos investimentos. Por outro lado, essa expansão também nos trás a necessidade de acompanhamento e revisões da carteira, em especial quando entramos em renda variável. Fazemos isso com o intuito de aumentar a rentabilidade dos investimentos e proteção, mas será que realmente alcançamos isso? Lembrando que esse acompanhamento são horas da nossa vida que iremos gastar nesse "trabalho", devendo na teoria ser consideradas de forma negativa na rentabilidade da carteira.

O que acham? Já pensaram sobre isso? Acham essa charge interessante ou apenas "bobagem"?


Grande abraço!

VVI




15 comentários:

  1. Olá VVI! Eu me encaixo muito bem nessa charge rsrs

    Comecei na RF e logo fui para a RV incentivado na faculdade. Infelizmente, não durou muito meus investimentos em ações. Voltei para a renda fixa antes de perder o pouco que tinha.

    Após uns 7 anos, voltei para a RV (e nunca mais sai). Contudo, acredito ter chegado no estágio final pois já tive uma carteira com uns 30 fiis, 30 ações, opções, criptos...

    Enfim, atirei para tudo quanto é lado rsrs

    Chegou a pandemia acabei virando a chavinha. Hoje tenho apenas na RV:

    - 8 ações (carteira Fórmula Mágica, que é mais um estudo)
    - 3 ETFs nos EUA
    - 1 ETF no Brasil
    - 3 FIIs (que ainda me questiono o pq de ter montado novamente)
    - Opções é o que mais trabalho. Ultimamente é de onde tiro dinheiro para investir

    Enfim, hoje é um cenário que acho bem mais tranquilo de levar.

    Abraço!

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    1. Boa tarde Inglês! Pois é...com o tempo acabamos mudando nossa cabeça e também nossas carteiras, variando entre simplicidade e complexidade. No final o que importa é se manter no caminho de acumulação até alcançarmos a IF. Grande abraço!

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  2. Acho que esse eh o principal problema dos investidores pessoa fisica, e vejo isso muito aqui na finansfera, acho que as pessoas se perdem nos estudos e acabam sendo pouco realista quanto ao real conhecimento que elas possuem, eh uma supervalorização do proprio conhecimento que acaba levando a carteiras que nao fazem sentido, pessoas com dividas e com investimentos ao msm tempo, carteiras que perdem para os indices, pouca renda fixa e rentabilidades negativas por anos isso sem considerar a inflação, se eu vi umas 2 pessoas investindo em fundos de investimento, foi muito. Acho que as vezes as pessoas pensam muito em criar a proxima roda ao invés de andar de carro e chegar no destino mais rapido. Eu concordo muito com essa charge, pq passei por todos esses estágios. No final da conta não importa com quantos ativos, ou com quais ativos, se foi com risco, super risco ou na segurança, que vc atingiu sua meta de rentabilidade ou quando alcançou a FIRE. As pessoas perdem horas, dias estudando, calculando, pra economizar 0,5% de taxa de adm, e no final ter menos rentabilidade. Sem falar no valor do tempo perdido, como vc bem disse VVI. Acho que a grande questão da charge, eh que o investidor vira avançado, quando aprende a ser humilde e entende a profundidade do seu conhecimento

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    1. Boa tarde IR! Concordo 100%...Estudar demais investimentos é tão ruim (ou até pior) que não estudar nada pois nos deixa superconfiates que podemos vencer o mercado e que somos "acima da média". Com o tempo (e muitos erros) vemos que tudo isso é uma ilusão e que o simples é o que funciona em investimentos. Mais importante que a classe de ativo é investir de forma consistente e por muito tempo. Grande abraço!

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    2. Normalmente iniciante que estudou um pouco é que se considera acima da média, quem estuda bastante acaba descobrindo, seja por estudos, seja pela prática, que a média/etfs passivos é muito difícil de ser batida, devido a custos, spreads e erros.
      Mesmo um etf passivo de baixo custo, possui custo, e vai ter resultado pior do que seu índice de referencia.

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    3. Opa, pode ser Anon, mas por outro lado quando você estuda muito algo tende a querer investir nele. A gente sempre tende a achar que conseguiu entender algo direito e que conseguimos vencer o mercado, mas na maioria das vezes no máximo igualados a ele com muito mais trabalho... Concordo que um ETF passivo terá um resultado um pouco menor que o seu índice de referência, mas não temos como investir em um índice a custo zero... A opção de tentar replicar por conta própria o índice seria um esforço absurdo e que tomaria muito tempo precioso da sua vida. Assim melhor investir em um fundo de índice pagando a taxa baixa do que gastar mãos tempo da sua vida com isso achando que está saindo "de graça". Grande abraço!

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  3. De Da Vinci - "A simplicidade é o último grau da sofisticação".
    De Einstein - "Tudo deve ser feito o mais simples possível, mas não mais simples".
    Hoje eu trocaria de olhos fechados todos meus investimentos por apenas dois: VWRA e B5P211 e com apenas esses dois estaria mais diversificado do que o investidor médio brasileiro. Então por que eu não vendo tudo e compro apenas esses dois? Porque durante toda a minha caminhada como investidor eu sempre cheguei em conclusões diferentes e não necessariamente essas conclusões estavam certas, então o que garante que a minha ultima conclusão está certa?
    Outro motivo é não ficar girando patrimônio, pagando taxas e impostos, isso sim comprovadamente uma forma de jogar dinheiro fora.
    Abraços.

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    1. Boa noite Mendigo! Já pensei muito isso também...o problema especialmente com a renda variável é que os ciclos para avaliar se uma estratégia é boa ou ruim são muito longos,assim precisamos manter uma estratégia por muitos anos antes de concluir que ela não é a melhor...também se fosse começar hoje uma carteira de ações concentraria todas ações em um ETF neutro como VWRA, não tendo nada de Brasil. Complementará a carteira com FIIs e renda fixa apenas, sendo para os FIIS manter uma concentração em não mais que 10 FIIs e renda fixa bem simples mesmo (Ativos garantidos por FGC e TD). Mas como você apontou não vale a pena ficar mudando estratégia toda hora e pagando taxas para o sistema. Daqui há uns 2-5 anos devo fazer alguma mudança brincadeira em ralação a isso já preparando a carteira pro FIRE. Vamos ver o que invento de fazer...Grande abraço!

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  4. VVI,

    Eu decidi parar de pagar taxas para gestores de fundos ativos, hoje por uma questão de organização financeira eu continuo investindo minhas "caixinhas" da reserva em fundos de renda fixa passivos, mas os fundos ativos estão fora de cogitação.

    O gestor do fundo precisa sempre ficar girando patrimônio, além disso, pela característica desse tipo de investimento precisa se desfazer de posições para atender a ânsia de resgate dos cotistas. Com a pressão para entregar resultados é difícil que consigam manter teses vencedoras no longo prazo em momentos de baixa do mercado, existe uma pressão dos cotistas para mudança de rumos em busca de voltar a ser rentável, às vezes pensamos que isso não existe na prática, mas pode ver que muitos gestores tem cotistas PF ou institucionais que representam uma parcela significativa do patrimônio e querendo ou não acabam pressionando o gestor.

    Sobre investimentos em ETFs acho que são válidos, principalmente para mercados em que não conhecemos o seu funcionamento no detalhe, eu uso ETFs para o mercado americano, pois me considero incapaz de entender como funciona a economia americana na prática.

    A renda fixa é a mesma coisa, tenho apostado apenas em TD e Isentos de bancão, sem ficar pagando taxas ou investindo em banquinhos mirabolantes.

    Acho que simplicidade nos investimentos passa pelas lições do Bastter.

    Abraços,
    Pi

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  5. Com certeza, maior complexidade não é sinônimo de maior rentabilidade. Eu já fiz alguns testes comparando minha carteira com uma carteira simples, compartilhei resultados nesse endereço: https://carteirasimples.blogspot.com

    No exterior já tenho só ETFs, aqui no Brasil comecei um novo estudo este ano, mas pouco tempo pra chegar a alguma conclusão.

    Abraços

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    1. Pois é Bilionário...as vezes parece que complicamos demais o que no fundo é simples. Grande abraço!

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  6. VVI,
    Depois que assisti alguns vídeos de Otavio Paranhos no Youtube e li o livro A psicologia Financeira, não sou mais ou mesmo. Explodiu minha mente. Olhei para minha carteira, e fez todo sentido nos conhecimentos que absorvi. Poucas ações elevaram meus rendimentos. Uma parte teve rendimentos, digamos que ok. E outras tive prejuízos. Uma pequena porção joga o todo para cima. O problema é: como acertar essa pequena porção?
    Tem um carinha aí que acertou o Crash de 2008, volta e meia ele fica apostando outros Crash. E volta e meia ele erra. Então estou preferindo ficar com uns 2 ETFs, umas 4 ações, e um pouco de renda fixa.
    Ahh! E quando uma empresa que vc está investindo se envolve em algum escândalo? ETFs estão me trazendo muita paz!

    Abraço!!!
    Se

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    1. Perfeito CP! É interessante como o fato de termos um ETF nos deixa mais tranquilos e imunes a crises pontuais com alguma empresa. Também a cada dia que passa penso que o melhor é investir em índices ou ETFs neutros mesmo. Grande abraço!

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  7. Esse aí é um tema muito discutido no mundo das finanças. Se olharmos o rendimento do IBOV ao longo das últimas décadas veremos que ele foi pífio, porém se pegarmos aí as 10 ou 15 melhores empresas que temos, o rendimento é muitas e muitas vezes superior. Acho que uma carteira de boas empresas sempre trará rendimentos muito bons no longo prazo, o problema é sempre conseguir estar alocado nessas boas empresas.

    Abraço.
    https://engenheirotardio.blogspot.com/

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    1. Bom dia ET! O problema é que para ter essa carteira no longo prazo você precisa ficar acompanhando as empresas, avaliando seus lucros e perspectivas futuras, fazendo rebalanceamento da carteira e fazendo substituições pontuais quando alguma empresa perder fundamentos. Isso são várias horas por semana que você tem que considerar na sua avaliação. O ganho será tão maior que colocar em um TD SELIC ou colocar em um fundo passivo de ações? As vezes o aumento de trabalho não vale a pena...Grande abraço!

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