Boa noite Finansfera! Tudo bom com vocês?
Tive um tempinho aqui e resolvi escrever esse post rapidinho sobre uma alteração de estratégia que fiz nesse mês...Na verdade essa alteração já fazia parte do plano maior que era adequar minha carteira mais para o período FIRE do que período de acumulação (já preparando ela para o período de teste "a vera").
Sobre o cenario global e doméstico, confesso que estar "independente" dessas confusões de mercado (IRDM11 fechando, Trump colocando tarifas, etc) tem me dado bastante paz...Minha carteira em ETFs internacionais é robusta e também atualmente corresponde a apenas 20% da carteira, logo não tem potencial de gerar muito impacto no meu resultado mensal.
Bom...vamos então a novidade...Até então minha carteira era basicamente 80 % de RF BR e 20 % de ETFs neutros no Exterior (a maioria irlandeses). Cheguei até a pensar um tempo atrás em aumentar a proporção de ativos internacionais, aproveitando o valor "reduzido" do dólar, mas algumas conversas com um colega FIRE me abriram os olhos para outra coisa...
Basicamente estávamos conversando sobre carteiras de investimento e tinha acabado de explicar pra ele a minha carteira e distribuição de ativos quando ele me fez uma pergunta:
"- Qual a razão de você ter 20 % em Ativos Internacionais?"
Respondi rapidamente: "- Diversificação em moeda forte".
Ele então retrucou: "-Vejo duas estratégias possíveis em relação a investimentos nacionais mesclados com internacionais: A primeira é não ter ativos internacionais ou ter uma proporção bem baixa, quase que uma "reserva de emergência internacional" e a segunda é ter uma grande proporção em ativos internacionais (acima de 50%). Ficar no meio do caminho, ao meu ver, não gera os ganhos que cada estratégia te geraria... Explico: Se você for pela estratégia 1 tem como grande vantagem que terá uma grande parcela da carteira passível de gerar renda para você diretamente na moeda que você gasta, aproveitando o spread normalmente positivo dos investimentos em RF BR. A segunda estratégia, por outro lado, é interessante para aqueles que possuem planos de viver no exterior e gastar diretamente na moeda forte...Os valores investidos lá fora tendem a render menos que os nossos, mas você terá uma proteção elevada para seu patrimônio de forma a facilitar uma migração futura. Por outro lado, se pretende "viver da renda internacional" estando no Brasil, vai acabar pagando muito em IOF, spread da moeda e menor lucratividade pra trazer o dinheiro de volta para poder usar". Se você fica com 20-40 % da carteira fora, vai comprometer a geração de renda BR tendo apenas 60-80 % do seu patrimônio gerando renda e se decidir viver no exterior os 20-40% em internacional não serão suficiente para viver fora" (a não ser que alcançasse um Fat Fire o que não é o meu caso).
Confesso que no momento da conversa entendi o posicionamento dele mas não levei tanto a sério, mas depois de alguns dias essa conversa ficou martelando no meu subconsciente. Já sabia que teria que juntar muito patrimônio BR para conseguir, com 70-80 % do patrimônio gerar minha renda FIRE desejada...mas não havia internalizado o impacto que isso gerava para meu plano FIRE. Depois de algum tempo de pensamento, considerei que a posição do colega tinha sentido para mim também! Adequei meu plano com o seguinte racional:
- Ativos Internacionais - Valor suficiente para garantir 2 anos de gastos médios nos EUA (usei o EUA como referência por ter praticamente todo patrimônio internacional em dólar, mas poderia ter usado um país da Europa também). Vou tratar os ativos internacionais como uma "reserva de emergência" contra uma "Venezuelização do Brasil". Se tudo der errado e o Brasil descambar completamente tenho esse valor em dólar investido para garantir minha "fuga" e um período mínimo de 1-1,5 anos até conseguirmos (eu, Sra VVI e VVI Todler) me integrar ao novo País de moradia. Notem que não haverá mais uma % fixa planejada para essa classe...atingiu o valor, deixo parado sendo "atualizado" pelo mercado (espero que bata inflação no médio prazo).
- Ativos BR de RF- O plano é que todo o resto do patrimônio seja direcionado para geração da renda futura (o que vai substituir meu salário no período FIRE), sendo agora mais fácil atingir os valores de referência uma vez que temos a grande maioria do patrimônio colaborando com isso e não mais 70-80 %.
Obs: Fora dessas 2 classificações tenho o valor que estou juntando e deixando em TD SELIC para ajudar na compra do novo apartamento futuro a vista (ou com o mínimo de financiamento), previsto para 2027...Não considerei este ja estratégia pois nem considero esse dinheiro como "investimento".
É uma mudança de paradigma uma vez que uma vez alcançada a referência internacional apenas me preocuparei com dividir os novos aportes em "novos investimentos em RF" e aporte no TD SELIC para o objetivo futuro de compra do novo AP na nova cidade que iremos viver.
Se meu "eu" antigo visse isso...rsrs...tomaria esporro...rsrs... estou concentrando meu patrimônio em um tipo de ativo ao invés de diversificar como manda a Bibliografia...
Enfim...uma minha carteira simplificada vai ficar mais simplificada ainda...
Grande Abraço!
VVI
Olá VVI, é uma forma interessante de se pensar, na realidade você vai ter uma reserva de emergência no exterior, e qual seria o valor suficiente para garantir 2 anos de gastos médios nos EUA?
ResponderExcluirEu passei por uma reflexão semelhante com a questão de ter 1% de cripto na minha carteira, por fim percebi que isso não faria diferença no quadro geral e acabei eliminando, pra ter um impacto deveria ter pelo menos uns 5%. Isso vale pra qualquer ativo.
Abraços
Boa tarde Bilionário! Isso vai variar muito de estado para estado, de estilo de gastos, númerode pessoas na família, etc. Pode variar absurdamente...Ao meu ver um valor representativo circularia entre uns usd 3k até 8k/mês. Mas cada um vai chegar em um valor diferente... Grande Abraço!
ExcluirA conversa com o colega fez sentido sim, mas ele e você também consideraram a desvalorização do real e a maior valorização (ou menor desvalorização) do dólar? Fico pensando se isso não "pagaria" os custos de IOF etc. fazendo o investimento ainda valer a pena.
ResponderExcluirO melhor investimento é aquele que você consegue manter no longo prazo. É difícil manter alguns investimentos se você é bombardeado diariamente que aquele investimento é ruim.
ResponderExcluirNesse ponto estou com o Bastter, quer mais renda? Acumule mais patrimônio.
Abraços.