Boa noite Finansfera! Tudo bom com vocês?
Estou escrevendo rapidamente esse post para comunicá-los que finalizei a implementação de um "Cavalo de Pau" nos meus investimentos. Se não me engano, do ponto de vista de % da carteira foi o maior que já fiz na minha vida de investidor...
Vocês são dessa época? Sempre todo mundo prestava atenção quando essa vinheta aparecia na Globo...rsrs
Indo direto ao assunto... vendi todos os meus FIIs, sendo que esta classe de ativos compunha cerca de 26 % de toda a minha carteira alocando os recursos em uma divisão entre TD IPCA+ 2060 CJS e TD SELIC. Agora minha carteira não tem nenhum ativo de renda variável ligada ao Brasil (no Brasil só renda fixa e no exterior só renda variável). Essa configuração era uma que considerava ótima há um tempo atrás, mas não é uma configuração tão boa como geradora de renda e manutenção de diversificação...por isso os FIIs se encaixavam tão bem na minha carteria...aumentam a renda e também ajudava na diversificação uma vez que os FIIs são baseados em imóveis (apesar de negociado na B3).
"Mas por quê então você desistiu dessa classe VVI?"
Te explico..."Senta que lá vem história"...rsrs
Nos próximos tópicos explico o racional ligado a essa mudança...basicamente as causas foram:
1) Meu descontentamento com as ações realizadas por diversos gestores de FIIs, sendo vários por gestoras consolidadas e que até há pouco tempo confiava tranquilamente na gestão. A minha impressão é que várias gestoras sentiram o gostinho de crescimento rápido nos últimos anos e descobriram que podem ganhar dinheiro sem necessariamente gerar retorno para o cotista (via subscrições, ancoragem, negócios estranhos, etc). A gota d'água foi que, em apenas 1 semana, houve uma tentativa de várias gestoras em colocar uma multa caso sua gestão fosse trocada (querendo nos manter reféns por causa de uma multa elevada) e também ao lobby para permitir a recompra de cotas por FIIs (CVM deu parecer positivo, mas ainda há discussão sobre a legalidade disso), o que para gestoras mal-intencionadas pode ser uma forma de inflar o fundo temporariamente para fazer novas emissões. Enfim...continuo achando o veículo FII excelente, porém enquanto os cotistas não forem na sua maioria institucionais os gestores não se sentirão forçados em fazer um bom trabalho (pessoa física mal lê relatório...fica fácil de enganar).
2) Elevadas taxas de retorno dos TDs, chegando a valores similares aos rendimentos dos FIIs (considerando necessidade de reinvestimentos dos FIIs), porém sem risco. Fiz algumas contas e considerando um reinvestimento de 30 % dos meus rendimentos o valor dos meus FIIs geraria aproximadamente o mesmo valor dos 70 % restantes dos rendimentos, sendo que para o TD são rendimentos fixos atualizado pela inflação e sem o fantasma de taxação dos rendimentos que todo ano volta a nos assombrar. Assim, se a rentabilidade é similar e o risco/necessidade de acompanhamento é menor, o TD me pareceu uma melhor opção (com taxas acima de 7% aa).
3) Falta de tempo para fazer uma gestão ativa do meu patrimônio - Desde que a VVI Toddler nasceu tenho tido bastante dificuldade em manter uma rotina de leitura de relatórios, estudo de mercado, controle de carteira e também IR...Aquilo que era tranquilo pra mim, deixou de ser...a tranquilidade para realização de decisões tornou-se ansiedade dada a rotina de poucas horas de sono ou correria no dia a dia. Além disso, confesso que a idade vai chegando e a paciência com o operacional da gestão do patrimônio vai diminuindo a cada dia... Muitas vezes estava preferindo simplicidade a rentabiidade. Assim, eliminar os FIIs e comprar TD diminuiria consideravelmente a minha necessidade de acompanhamento da carteira.
4) Necessidade de caixa mais elevado em 2027 - Já citei em alguns posts atrás que há uma novidade se aproximando...e ela praticamente foi confirmada. Basicamente consegui uma transferência do Rio de Janeiro para uma cidade do interior de São Paulo. Esse movimento foi desejado por nós dada a insegurança que tem aumentado no RJ e o fato que daqui há algum tempo a VVI Toddler como qualquer criança/adolescente vai querer explorar mais a cidade, o que nos deixa preocupados. Uma mudança nesse momento (em que ela ainda não tem 3 anos de idade) parece uma decisão acertada uma vez que ela ainda não tem grandes vínculos com amigos e escola. Com certeza seria mais difícil fazer isso daqui uns 5 anos...Assim tentei a transferência e consegui. Possivelmente no final desse ano ou início do ano que vem estaremos nos mudando do RJ para SP, sendo que a ideia inicial é alugar um AP em 2026 para conhecer a região, ver se nos adaptamos e se tudo der certo comprar um AP em 2027. Temos o AP aqui do RJ, sendo que a ideia é vender ele para ajudar a comprar o de SP, mas como nosso atual apartamento não era grande o suficiente para um casal com filhos a ideia é dar um upgrade nessa compra: logo precisaremos de um bom recurso para comprar um AP nessa cidade em 2027. Como é um recurso com uso definido, o ideal é deixar "parado" num TD SELIC até a data, surfando na SELIC alta que temos hoje em dia (não deve cair tanto até 2027) e tentar futuramente uma compra a vista (a vista conseguimos negociar bem melhor, sem gastos com empréstimos, etc).
Mas nem tudo são flores...pensei muito se valia a pena mesmo essa mudança principalmente pois agora minha carteira estará muito concentrada em TD. Os FIIs, querendo ou não, eram uma parcela ligada a imóveis físicos e um grande componente de geração de renda (perfeito para um dos "baldes" do meu plano FIRE). Agora estarei com renda praticamente só ligada ao TD renda+ em paralelo com o TD IPCA+ 2060 CJS (ambos sendo do mesmo "emissor"). O plano é aumentar também a parcela internacional, mas com recursos recebidos nos próximos meses e após resolverem essa briga do IOF que estamos vendo (tanto o daqui no BR quanto nos EUA). Com certeza do ponto de vista de diversificação e geração de renda foi um passo atrás. O plano objetivo é ficar com 25 % em ETFs neutros no exterior e 75 % em RF BR (a maior parte TD, mas também LCI/LCA/CDB/LIG/etc em escadinha). Uma opção para gerar renda "de outro emissor" é voltar a aportar em DEB/CRI/CRAs selecionados e de baixo risco, mas teriam que ser papéis um pouco mais longos o que não gosto muito de fazer (teria que focar apenas em "blue chips" e estas raramente emitem títulos de dívida para pessoas físicas por conseguirem empréstimos por outros meios). Mas enfim...preciso de tempo pra me readaptar.
Confesso que não sei se fiz a melhor escolha ou se deixei "a raiva com as gestoras" falar mais alto...mas está feito e só me resta reestruturar minha estratégia de longo prazo aproveitando as vantagens dessa nova estratégia (sem mais fantasma de taxação de rendimentos...sem mais subscrições abaixo do VP...sem mais declaração de IR complexa...sem mais leitura de relatórios no celular embaixo da mesa enquanto tomo café da manhã com a Sra VVI e VVI Toddler, etc).
Bom meus colegas, não quero influenciar vocês...cada um tem uma carteira e uma forma de pensar diferente...Vamos ver o que o futuro me reserva nessa estratégia e se vou me adaptar melhor a essa carteira agora quase "em piloto automático". A idéia agora é manter os controles mensais, mas como estarei todo em RF longa e ETFs neutros não terei muito o que acompanhar a não ser se algum título venceu e aonde coloco os novos aportes.
Com a mudança de cidade se tornando mais real a cada dia acredito que esse tempo a mais será bem vindo para organizar toda a logística de mudança que não será fácil (AP cheio de móveis, 2 gatas, 1 peixe e uma criança de 2,5 anos...rsrs) para uma cidade que não conheço muito (apesar de ser bem elogiada a qualidade de vida por lá).
Dá medo, mas ao mesmo tempo dá uma excitação pelo desconhecido...espero que nos adaptemos a isso (apesar de não ser um ser praiano confesso que me acostumei a passear na orla do RJ e de me recarregar vendo o nascer/por do sol maravilhoso aqui no RJ...em SP não terei mais o mar tão perto quanto gostaria). Gosto muito do RJ e das infinitas opções de lazer que temos por aqui...a logística é boa e o custo de vida (tirando moradia) é relativamente barato....mas o fantasma da violência é algo que nos corrói aos poucos...
Grande abraço meus amigos,
VVI
Excelente. RJ já era. Interior de SP tem cidades desenvolvidas e com menor criminalidade. Gostei desse movimento de sair dos fiis. Um dia terei coragem pra fazer isso. Ótimo momento para aportar em TD. Achei o movimento muito interessante. Desejo sorte na mudança vindoura.
ResponderExcluirBoa tarde AF! Em geral eu gosto do RJ, mas quando temos filhos as nossas prioridades mudam...Obrigado pelos votos de boa sorte!
ExcluirMuito bom ler isso VVIBR. É o que a maioria deveria fazer. 99% das pessoas não tem tempo nem conhecimento para ficar gerindo uma carteira ativa, além dessa performar abaixo da média em prazos acima de 10% em sua IMENSA maioria.
ResponderExcluirParabéns pela coragem e honestidade em admitir isso.
Abracos - AA40
*10 anos
ExcluirBoa noite AA40! Eu até acho que é possível sim pessoas "amadoras" fazerem a gestão de uma carteira de renda variável bem, mas essas pessoas tem que tempo pra isso...e também quanto mais velho a gente fica, menor é a nossa paciência pra isso. Espero que dê certo pois confesso que a falta de diversificação da carteira é algo que me incomoda...mas paciência...agora mais do que nunca é apenas controlar a proporção entre ativos BR e exterior...sem drama e relatórios...rsrs. Grande abraço!
ExcluirPaz vale mais que dinheiro.
ResponderExcluirEu também pretendo deixar os FII cada vez mais irrelevantes na carteira, mas isso é papo para eu ir fazendo ao longo de 10 / 15 anos, não sou muito fã de movimentos bruscos.
O momento parece bastante apropriado para o movimento, travar o rendimento em IPCA + 7% é excelente e é muito difícil a renda variável brasileira render isso consistentemente ao longo dos anos.
A perda de diversificação é ruim, porém se chegarmos ao ponto do governo confiscar títulos do Tesouro, o único investimento seguro será o que estiver no exterior.
Abraços.
Boa noite Mendigo! Pensei em fazer isso mesmo...simplesmente parar de comprar FIIs e reinvestir os rendimentos em outras classes, mas ainda ficaria com a necessidade de acompanhar essa classe que exige um pouco de atenção e perdeira esse momento alta taxa do TD para dar o "all in". No final resolvi sentar o dedo no homebroker mesmo. Grande abraço!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCavalo de pau nunca é bom.
ResponderExcluirAbraço!
Uó
Boa noite Uorrem! Penso que cavalos de pau feitos na emoção nunca são bons mesmo, por isso defini um período de quase 3 meses para avaliar essa mudança antes de tomá-la (no final teria pego melhores taxas se tivesse feito em março mesmo e meus FIIs estavam mais valorizados...mas paciência). Grande abraço!
ExcluirVVI, os FIIs realmente são complicados no Brasil. Ao meu ver não se enche mais que os dedos de uma mão com a quantidade de ativos que são realmente bons nessa classe no Brasil.
ResponderExcluirAbraço
https://engenheirotardio.blogspot.com/
Pois é ET! Fico triste pois no papel é uma classe incrível com benefícios acima da média. Se o gestor for realmente correto o potencial é incrível. Grande abraço!
ExcluirAcho que no seu caso tem lógica. Fiis parece que estão muito caros se comparar com TD
ResponderExcluirBom dia Bolivar! Esse conceito de caro/barato é tão complexo para renda variável...difícil saber...mas sem dúvida as taxas do TD estão ótimas e acabam compensando caso tenha vendido os meus FIIs "barato"... Grande abraço!
ExcluirFiz o mesmo movimento c os FIIs recentemente, aloquei em TD renda+. Agora aos poucos vou vender as ações e deixar renda variável no wrld11 e renda fixa em TD e LCI/LCA. Já tinha perdido a disposição de acompanhar tantos relatórios, fora os conflitos de interesses dos FII e a chatice da declaração de IR. No fim eu tinha muito trabalho e não via um rendimento melhor.
ResponderExcluirAbs
Rodrigo
Pois é Rodrigo...não somos os únicos...vejo muitos saindo dos FIIs para TD...Vamos ver se esse movimento será suficiente para "moralizar" um pouco as gestoras...Me incomoda muito esse praticamente monopólio de gestão que está se formando com o grupo Pátria...estão engolindo todo mundo...e muitos dos bons (CHGS, VBI, Genial,etc). Grande abraço!
ExcluirJá tive vontade de vender tudo algumas vezes, uma vez que dei uma reduzida no número de fundos da carteira, tirei as gestoras que estavam meia boca e deixei só as que eu pensava ser as melhores, foi um bom movimento. Abs
ResponderExcluirBom dia Bilionário! Quando temos algum tipo de gestão ativa é necessário esse acompanhamento mesmo e "limpezas" esporádicas. Boas gestoras viram ruins com o tempo e temos que estar atentos para identificar isso e sair antes de gerarem Grande impacto nas nossas carteiras. Grande abraço!
ExcluirVocê não foi o primeiro, e com certeza não será o último a dar um verdadeiro cavalo de pau na carteira!
ResponderExcluirUm dos casos mais marcantes que me lembro foi o do Viver de Renda, lá em 2015. Mais recentemente, vi que o Cowboy Investidor também fez algo parecido. Na última postagem, comentou sobre os desafios da RV no Brasil e migrou tudo para a RF, com foco no Tesouro Direto.
Acredito que esse movimento seja algo natural ao longo dos anos. Em 2024, eu mesma considerei fazer algo parecido, mas, com um patrimônio ainda pequeno, teria dificuldades em obter bons cupons no Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais. Quem sabe na próxima década surge uma nova oportunidade?
Abraços
Bom dia SP! Sim, acredito que com bagagem suficiente (invisto desde os anos 2008 de forma recorrente...tendo passado por diversas fases como investidor) a gente tenda a "voltar pro simples". A idade aumentando também colabora para isso...ficamos menos pacientes com o jogo da renda variável e com mais interesse em focar em aproveitar a vida ao invés de focar em aumentar renda (não necessariamente aumentando gastos...). Acredito que o mercado seja cíclico e que mesmo que as taxas caiam, daqui a algum tempo subirão novamente e manterão o ciclo de baixa e alta tão comum no mercado...tudo é questão de conhecer seu momento...
ExcluirGrande abraço!
Bom cavalo de pau
ResponderExcluirsó um conselho ai para quem pensa em viajar quando aposentar
Sempre sonhei em alcançar o FIRE para ter liberdade de viajar pelo mundo... mas depois de anos viajando a trabalho, percebi que essa ideia romantizada não é pra mim. Tenho 46 anos e hoje, só de pensar em aeroporto, me dá ansiedade. A confusão, o barulho, filas infinitas, despachar mala, controle de segurança... virou gatilho de pânico. Sinceramente, não consigo mais. Quando eu alcançar o FIRE, quero paz — e isso definitivamente não inclui viajar
Bom dia Anon, também já viajei muito a trabalho e odeio isso, mas tem que conseguir separar as coisas...viajar de forma devagar é totalmente diferente que fazer aquelas maluquices de viagem de trabalho (correria total). Se você viajar com calma, ficando um bom tempo em cada lugar (meses até) a rotina é totalmente diferente e bem prazerosa...o problema é que precisa ser FIRE para conseguir fazer isso... (ou nômade digital). No mais cada pessoa tem uma relação diferente com viagens...Grande abraço!
ExcluirE parece que ano vem vai finalmente sair o imposto nos fiis...
ResponderExcluirAinda tem muita coisa pra acontecer antes dessa MP ser integrada como lei para funcionar 2026, mas 5% tá até de bom tamanho...o esperado era 15%...mas complicado esse tanto de aumento de imposto sem reduções de custo...mas enfim...Grande abraço!
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