O Aumento das Responsabilidades x Perda da Liberdade com o Passar do Tempo - Vale a Pena?

 

 

 Bom dia Blogosfera!

Hoje queria fazer uma reflexão sobre a evolução das responsabilidades x perda da liberdade na nossa vida...Resolvi fazer essa reflexão pois no momento estou inundado de medo, excitação, preocupação, ,entre outras emoções gerais dada a recente novidade na minha vida...serei pai.

Estava no planejamento de 2022 essa meta, porém não esperava que ocorresse tão rápido. Apenas 15 dias após iniciarmos o plano, já veio a confirmação do resultado. Fui surpreendido pela velocidade da notícia uma vez que com amigos próximos houve uma demora considerável (aproximadamente 6 meses). Mas está aí...com aproximadamente 39 anos serei pai de primeira viagem.

Essa notícia me fez pensar no conceito de liberdade x responsabilidade. É fato que a partir de agora minhas responsabilidades irão aumentar muito e com isso meu grau de liberdade diminuir. E isso me assusta muito. 

 

 A vida é feita de escolhas...Querendo nós ou não...

 

Quando crianças, temos uma liberdade quase que total. As responsabilidades são dos pais e às crianças cabe apenas fazer "o que quiserem" dentro das poucas regras estipuladas pelos pais. Não existem questões que dependam das ações das crianças...sempre existe um pai que cuida das grandes responsabilidades. Lembro que na minha cabeça de criança só tinha a responsabilidade de tirar boas notas, mesmo não entendendo realmente pra que isso... No início era apenas para agradar os pais, depois para ter mais tempo de férias e por fim para ingressar em uma boa universidade com a visão, em um futuro distante, em trabalhar , ganhar dinheiro e ter minhas próprias coisas.

As responsabilidades reais iniciam quando chegamos a idade adulta. Inicialmente com a pressão pela escolha de uma boa profissão e a entrada em uma boa universidade (preferencialmente pública). Depois em conseguir um bom emprego e ir morar fora de casa (sozinho ou em república). Depois com a necessidade de pagamentos de contas e impostos...especialmente os impostos...rsrs. Nessa fase os namoros esparsos começam a gerar dúvidas sobre o futuro...namoros longos começam a gerar perguntas sobre noivado...casamento...filhos. Tenho uma característica que sou muito ansioso e um pouco averso a mudanças. Não tenho problema com atividades repetitivas (apesar do meu trabalho ser o oposto disso) e gosto de manter a minha vida simples. Acredito que isso me aproximou muito da filosofia minimalista e facilita minha caminhada para o FIRE. Sou uma pessoa de forma geral previsível e controlada (não é a toa que sou um engenheiro).

 

 E achávamos quando crianças que a vida era tão simples...rsrs

Sempre valorizei muito liberdade pois esta me permitia fazer guinadas na minha vida sem ter que me preocupar com muitas coisas...tudo que precisava fazer era montar um novo plano e seguir. Isso começou a mudar quando o namoro com a Sra VVI ficou sério...mais de uma década de namoro e a situação começou a ficar difícil de manter como estava...Por mais que a Sra VVI não me cobrasse um "evolução" da condição de namorado, havia uma pressão familiar e da sociedade pelo fato de "não estarmos ficando mais novos". Nesse momento  vi minha liberdade em risco (não considerando a questão de me relacionar com outras mulheres, pois não via essa necessidade e não era isso que me incomodava), pois pela primeira vez faria um comprometimento firme com alguém...um casamento...um acordo "até que a morte os separe". Tive dificuldade em aceita isso, mas no fim a paciência da Sra VVI me ajudou e casamos. 

  Depois de casado, não vi grande mudança na vida...sempre me dei muito bem com a Sra VVI e já estávamos morando juntos há alguns anos. Minha vida continuou boa e "livre". Com o passar dos anos a Sra VVI sentia falta de animais de estimação e propôs adotarmos um gatinho. Não gostei da idéia, pois animais de estimação dão trabalho e geram responsabilidade. Adoro animais (tive durante toda a minha vida de criança), mas naquela época quem cuidava eram meus país, tendo eu apenas a parte de boa de ter um bichinho. Depois de muita pressão, fui convencido a adotarmos duas gatinhas (com gatos ter 2 é mais fácil que 1...incrível mas é verdade). Logo depois de 1 ano senti a ameaça a minha liberdade diretamente...uma das gatinhas desenvolveu problema renal e obrigou a gente a levar no veterinário várias vezes em um período de poucos meses...ficava preocupado o tempo todo, pois estava envolvido com as gatinhas (adoro elas), mas ao mesmo tempo tenho a responsabilidade de cuidar delas e isso me limitava... Essa perda de liberdade me ficou claro nesse momento e também quando resolvíamos viajar. Gatos são animais que não se comportam bem em serem deixados em uma "casa temporária" enquanto os donos viajam...eles são muito ligados às casas onde vivem...e por este motivo me vi limitando as nossas férias por causa das gatinhas (apesar de contratar cuidadora pra ir na casa todo dia, percebemos que após 1 semana as gatas começam a ficar stressadas sem nossa presença e começam a aprontar). Nesse momento vi que não tinha mais aquela liberdade completa que sempre me orgulhava. Outro ponto estava ligado a mudanças físicas de moradia. Há algum tempo pensávamos em nos mudar pra fora do país. O plano ainda existe, mas tendo as gatinhas esse plano fica um pouco mais complicado em implementar...

Hoje estou casado, temos 2 gatas (uma delas dá problemas renais de tempos em tempos sem a veterinária conseguir resolver o problema - aparentemente gatos tem alguns problemas recorrentes que normalmente apenas se trata os sintomas e que somem após alguns dias) e agora assumi a maior responsabilidade de todas...uma que irá acabar com minha liberdade plena definitivamente pelo resto da minha vida...ter um filho. Confesso que nunca quis ter filhos...viveria muito bem sem ter, mas a Sra VVI é o contrário de mim. Desde o início ela sempre foi ótima com crianças e sempre vi que ela queria muito ser mãe. Por amar ela e não ver como eu podia privá-la de ser mãe, resolvi arriscar e aqui estou...rsrs

De forma geral, a nossa vida nos apresenta diversas escolhas que nos fazem sacrificar nossa liberdade em troca de um propósito. Após aceitar algumas dessas "oportunidades" vejo que sacrifiquei parte da minha liberdade, mas ganhei muito com isso e não faria diferente (casamento, adoção gatinhas, etc). Essa condição me traz uma reflexão que apesar de Liberdade ser inversamente proporcional a Responsabilidades, não ter responsabilidades e ter liberdade plena não me traria a felicidade que acreditava trazer. Minhas escolhas me trouxeram aonde estou, e me tornaram uma pessoa melhor, mesmo que a custas de parte da minha liberdade. Estar casado com a Sra VVI me trouxe alegrias acima do esperado...as gatinhas me tranquilizam e passam um carinho incondicional diário...e agora independente do que aconteça terei uma ligação com a Sra VVI pelo resto da minha vida por este filho.

 

 Ainda não sabemos se será menina ou menino...mas tanto faz...

 

Confesso que estou com medo, mas ao mesmo tempo animado. Espero conseguir manter um pouco da minha vida pré-filho, mas também animado com as novidades que esta nova vida pode me trazer. No fim, acredito que liberdade se comporte igual a dinheiro. Acumular muito dinheiro nos abre várias portas, porém se não trocar o dinheiro por produtos/experiências o dinheiro não tem valor algum... Temos que "vender" nossa liberdade para "comprar" experiências...para evoluirmos na nossa vida e preencher parte do vazio que temos dentro de nós...Estou viajando muito? rsrs

Vou ficando por aqui nessa filosofia de momento...sei que as coisas não serão mais como antes...e espero que essa perda de liberdade me dê um grande lucro no longo prazo através de experiências e alegrais... Mais um investimento pra colocar na planilha de controle...rsrs

Grande abraço!

 VVI